...e que não responde nada.
Nos primeiros meses da crisepolítica / de caráter financeira que atrasou mais ainda o Brasil uma coisa me estalou na cabeça. Porque será que falta emprego quando claramente existe trabalho? Até porque as pessoas continuam comendo, vestindo, andando de carro, ainda que menos, continuam turistando... Como é que num país em que as pessoas continuam consumindo falta emprego?
Infelizmente no Brasil o povo é dependente de emprego. (Oh minha nossa, é mesmo? Sim). Porque emprego é algo que só pode ser gerado por empresários* e o Brasil não dá condições dessas empresas cresceram ou pior ainda, não conseguem competir com empresas do exterior e trazer dinheiro pra dentro do Brasil. E ainda tem outra categoria de empregados, que são do setor público que o salário está diretamente ligado a boa vontade do governo.
Internamente esses empregados juntamente com os empregadores são responsáveis pela movimentação do dinheiro. Indo a feira, contratando serviços, comprando bens de consumo, planos de saúde etc. E esses outros setores por sua vez, na maioria da vezes buscam matéria prima e mão de obra local. (A propósito, a gente anda importando um bucado de bens, no caso eletrônicos da china que não é necessariamente ruim, só uma observação.)
Então podemos concordar que empregados movimentam a economia interna e o comércio. E um dado interessante pra entender melhor o que acontece, é ver os setores que mais demitiram em 2016:
A pergunta que o Murilo deixou no final do e-mail:
Nos primeiros meses da crise
Infelizmente no Brasil o povo é dependente de emprego. (Oh minha nossa, é mesmo? Sim). Porque emprego é algo que só pode ser gerado por empresários* e o Brasil não dá condições dessas empresas cresceram ou pior ainda, não conseguem competir com empresas do exterior e trazer dinheiro pra dentro do Brasil. E ainda tem outra categoria de empregados, que são do setor público que o salário está diretamente ligado a boa vontade do governo.
Internamente esses empregados juntamente com os empregadores são responsáveis pela movimentação do dinheiro. Indo a feira, contratando serviços, comprando bens de consumo, planos de saúde etc. E esses outros setores por sua vez, na maioria da vezes buscam matéria prima e mão de obra local. (A propósito, a gente anda importando um bucado de bens, no caso eletrônicos da china que não é necessariamente ruim, só uma observação.)
Então podemos concordar que empregados movimentam a economia interna e o comércio. E um dado interessante pra entender melhor o que acontece, é ver os setores que mais demitiram em 2016:
- Construção Civíl -435.268
- Comércio Varejista -79.986
- Confecção de Vestuário -59.964 (exceto roupa intima)
- Serviços de engenharia -46.313
- Automotivo -36.756
- Incorporações imobiliárias -35.461
- Peças e acessórios para automotores -45.590
- Montagem industrial e infra. metálica -44.716
- Cana de açúcar em bruto -47.292
- Agricultura -27.362
Fonte: Exame
Esses setores continuam contratando e são valores altos. Mas os de demissão foram ainda maiores. Porém isso também significa que eles substituíram por mão de obra mais barata ou mais qualificada. O que trouxe mais lucro.
A crise fez com que os empresários tivessem menos dinheiro pra pagar e pra contratar. Selecionando só os melhores. Muita gente nesse processo perdeu seu emprego e menos dinheiro circulou internamente. Mas ainda assim, todas as pessoas ainda continuariam consumindo mesmo tendo que diminuir a qualidade do que consumiam, a demanda ainda existia. E essa redução no consumo interno consequentemente faz cair a oferta de empregos nesses setores domésticos.
MEUA MIGO, ATÉ AGORA SÓ DISSE O ÓBVIO!
Tá bom!! Eu sei! Mas se aguente ai que ainda tem chão! Não temos empregos, mas temos trabalho, temos demanda pra ser saciada. Nesse ponto é que o lição do Mestre Miyagi, ou qualquer outro velho sábio que poderia dizer algo mais ou menos dessa forma, mas não exatamente assim, só que seria parecido, sem ser igual:
Qual é a próxima pergunta que se respondida corrigi o problema do desemprego?
Compilado de perguntas que me surgiram durante toda a construção desse texto:
- Como gerar mais empregos?
- Como arrumar trabalho já que ninguém oferece empregos?
- Será que o povo consegue trabalhar em áreas que a competição são essas empresas agora, mais do que nunca, afiadas pra cortar a concorrência?
- Muita gente perdeu o emprego porque não era competente o suficiente e se ela só sabia aquilo?
- Como que a gente corrige uma economia onde o problema é corrupção? Não é pedindo "por favor pare de roubar" que as coisas vão melhorar...
Eu não consigo responder todas essas perguntas, na verdade eu posso só é perguntar mais ainda. Mas uma das coisas que eu posso dizer é, existem setores que infelizmente a concorrência é pesada demais porque a crise apertou de um jeito que não tem jeito... Porém existem várias outras áreas que ou nichos que empresas maiores não competem e nem podem se quisessem.
O que me faz pensar no seguinte, muita gente que tá empregado tem a mentalidade de "aqui eu to seguro, se ele me demitir tem que pagar multa"*. Muita gente e as vezes empresas se acomodam nisso. Mas os que ousam desbravar a incerteza conseguem tranquilamente salários competitivos. Conseguem ser donos do próprio destino e tem um leque muito maior para escalar o próprio salário, fazer os horários e etc. E isso só é possível se você não se acomodar, se você continuar se atualizando. Não existe segurança em empregos.
A única segurança que existe é de que você tem capacidade pra lidar com o que vier pela frente.
Estamos vivendo o tempo das consequências, do despreparo durante mudanças econômicas e políticas no nível nacional. Consequências da nossa apatia e indiferença com relação a corrupção e eu nem vou entrar no mérito disso agora pra essa discussão não ficar mais longa.
Esse discussão foi inspirada pela newsletter Murilo Gun, falando sobre "A economia do freelancer". Onde ele levanta questões como existe trabalho porque as pessoas demandam por algo de valor. E que emprego tem um limite de criação. Mas trabalho não.
* (Além disso, os trechos desse texto em itálico, roubei de lá.)
* (Além disso, os trechos desse texto em itálico, roubei de lá.)
Algumas verdades, outras simplificações que eu questiono nesse texto. Naquela lista de perguntas... Pra finalizar, trabalho tem, mas não é pra qualquer um. Se adapte.
A pergunta que o Murilo deixou no final do e-mail:
Você é foda em algo que gera valor para alguém? Então você vai ter sucesso.
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