Foco e concentração nos estudos | Como as redes sociais te viciam

   

Photo by Helena Lopes on Unsplash

    Desde o início das minhas crises de ansiedade eu percebi uma coisa, conseguir focar em uma atividade era uma coisa incrivelmente difícil. Beirava o impossível. Eu não estava conseguindo controlar o que eu queria focar e todas as informações eram processadas pelo meu cérebro ao mesmo tempo, (o que era basicamente uma crise de pânico, que não parou durante 4 meses).

     Então, quando achava uma atividade interessante o suficiente para focar, eu finalmente conseguia dar um descansado para meu cérebro por estar processando tanta coisa. Então como minha mãe diz, “há males que vem para o bem”. Uma das muitas coisas boas que vieram com essa crise foi minha nova abordagem com minhas atividades diárias e objetivos de vida. Foco e concentração se tornaram uma questão de saúde de vida, de sanidade. Eu aprendi a controlar minha atenção para chegar no final do dia vivo.

Como as redes sociais disputam por sua atenção

   Uma das coisas que eu percebo que acontecem é como redes sociais roubam minha atenção e se tornaram vícios. Através de mecanismos que as empresas utilizam propositalmente para construir hábitos nos usuários. Tópico que estarei em breve abordando por aqui. Mas em resumo, todos sons, cores e flashes que os celulares fazem são gatilhos, para iniciar uma rotina, que por exemplo é desbloquear o celular e checar por notificações. E quando você conclui a rotina você recebe uma dose de dopamina, porque alguém curtiu sua foto ou te enviou uma mensagem. E você se sente bem certo? É porque isso libera uma dose de dopamina no seu cérebro. E como uma droga, você fica viciado.

    O que acontece é que no deserto e marasmo do dia, a rede social é aquele gole de cerveja gelada. E tal qual uma bebida alcoólica, vicia quando o ambiente torna a substância a melhor coisa do seu dia.

Verdade seja dita

Multitasking, ou em português, ser mil e uma utilidades, não existe

    Você não consegue fazer duas coisas ao mesmo tempo, seu cérebro até consegue alterar rapidamente de foco entre duas coisas. Mas isso tem um custo. Toda vez que você muda sua atenção ainda fica uma resíduo da atividade anterior. Você pode mudar o foco, mas não terá concentração.

Então, como sua atenção realmente funciona?

     Bem, você possui um sistema que inibidor de sinais, que decide o que ignorar do ambiente em sua volta, ele lhe ajuda a filtrar informações e consequentemente é essencial na concentração e ele é ativado quando você usa sua atenção voluntária. Ou seja, quando você precisa resolver um problema matemático ou responder uma questão de história.

    No outro lado da moeda você tem atenção dirigida por estímulo. Bom, essa atenção é automática, diferente da outra que você escolhe o que precisa fazer. Ela é ativada pelos seus sentidos e serve para que você esteja atento ao seu ambiente. Opa chegou uma notificação no Instagram.

    (Trívia: Ah, antes que eu me esqueça, uma técnica interessante que você usar para chamar atenção das pessoas de longe é fazer um movimento amplo com braço e se você estiver na visão periférica dessa pessoa, muito provavelmente ela olhará para você. Se bem que funcionava melhor antigamente, quando as pessoas não estavam tão presas aos seus dispositivos eletrônicos. Enfim, voltando ao conhecimento que eu tava compartilhando.)

    E antes que a nossa atenção se perca na procura de gifs interessantes. É importante saber que seu sistema inibidor vai funcionar bem ou mal de acordo com os seguintes fatores:

• O ambiente que você está
• Distrações sonoras e visuais podem afetar
• Seu nível de interesse na atividade em si
• Sua tendência a buscar novidades quando está entediado
• Que a propósito tem o ápice entre os 15 e os 30 anos. Uma forma da evolução fazer com que você procure expandir o território.
• O estado atual do seu cérebro
• Se tá bem alimentado
• Descansado
• Ansioso
• A quanto tempo você vem mantendo o foco na atividade
• Assim como um músculo o sistema de inibição cansa com o tempo

Então a atenção é como um músculo...

    Isso mesmo, além do fato de você perder aquela fração de tempo no momento em que o cérebro muda de contexto ou foco. Você ainda uma boa fatia de tempo realmente recuperando o foco numa atividade. E ainda pior, essa sistema inibidor vai ficar cansado de bloquear as distrações.

    Então uma coisa importante é você (como dito no post anterior) pensar como um designer. E reorganizar seu ambiente e sua vida para o nível de esforço para fazer o que tem que ser feito, no caso prestar atenção, seja o menor possível. Então você precisa limpar seu ambiente de poluição visual ou sonora, ou qualquer outro tipo de gatilho que roube sua atenção.

    Ei, isso não é uma regra! Tem gente que se dá muito bem trabalhando em ambientes barulhentos, como JK Rowling por exemplo. Ela escreveu o primeiro livro de Harry Potter em uma cafeteria.

    E como exemplo, vamos dizer que, assim como eu, você está escrevendo um TCC. Dá pra pensar em quatro partes: Brainstorm, Pesquisa, Escrita, Edição. Se sua principal fonte de distração é a internet por exemplo, nesse caso você só precisa da internet durante a etapa de pesquisa e se for possível desligar a internet completamente durante as outras 3 etapas, o trabalho todo será realizado muito mais rápido. E no fim das contas o mais importante é:

    Crie um ambiente que seu cérebro reconhece como um lugar de estudo. E ele vai entrar no “modo estudar” automaticamente.

...pode ficar melhor com exercício.

    E assim como todo exercício não é tão gostoso e a recompensa só vem com o tempo. Você fortalece esse seu controle sobre os estímulos externos e vontade de acessar o Facebook, Instagram, etc da seguinte forma:

Quando der vontade, não acesse.

    Infelizmente é isso, é como malhar mesmo, você precisa ter paciência, é algo que você não vê de imediato, mas se você fizer com frequência, depois de alguns meses, você começa a colher os resultados. Melhor desempenho acadêmico, mais tempo livre porque você não tem que estudar para finais, etc.

    E se você não resistir a essas tentações como Facebook por exemplo, você vai criar um vício, como eu expliquei lá no comecinho do texto. E reconhecer isso faz você construir exatamente o contrário, construir um poder novo: O de ignorar distrações.

Conclusão com mais informações

    A capacidade de focar e se concentrar em uma atividade aumenta com o tempo, tudo depende de prática. Prática que irá construir hábitos, hábitos são poderosos e definem quem você vai se tornar no futuro. Pense em um hábito como um programa, que roda automaticamente quando um gatilho é ativado. Porém, por mais que você queira focar em uma atividade, seu cérebro é orgânico, precisa de pausas, descanso e alimento. Hey, diversão também é importante!

    Então, preste atenção aos gatilhos que te tiram o foco, e elimine-os. Decida quem você quer ser no futuro e não importa quanto tempo isso leve. Quando você realmente descobre quem quer se tornar, seu foco fica claro e eliminar as distrações vai ser apenas uma questão de manter-se fiel aos seus valores.

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Desculpe pelos erros de gramática ou coesão. Tenho feito o melhor que posso para manter esse blog atualizado e entregar todo dia um pouco mais de conhecimento para vocês.

Inspirado pelo vídeo do Crash Course Study Skills, e pelas palestras de Simon Sinek. O texto é baseado na minha experiência pessoal.